sábado, 18 de dezembro de 2010

Redes socias e liderança

É inegável a capacidade de articulação das redes sociais (digitais), a forma rápida como diferentes pessoas, em diferentes partes do mundo recebem as informações que são repassadas através delas e como conseguem retransmiti-las, ou aprofundá-las.

Essa capacidade vem seguida da pulverização do poder de liderança, vejamos o caso da estudante de direito Mayara Petrusso, que ao se posicionar no Twitter com posições preconceituosas contra os nordestinos, após a eleição da presidente Dilma Roussef, foi induzida, quase que obrigada a cometer Twittercídio e Faceboockcídio, e ainda teve sua conta do Orkut "possuída" por Hakers. Não é possível identificar um líder neste caso, foi uma reação de massa sobre a postura individual da estudante, e em certa medida um recado contra o preconceito.

Mas duas observações são necessárias para entender, ou pelo menos, começar a visualizar como poderá ser o futuro das relações sociais através das redes sociais (digitais). A primeira é o papel da liderança. Nos acostumamos a viver sobre a proteção de lideres carismáticos e que comandam o processo de mudanças sociais, estes lideres são os exemplos e o ponto de coesão da luta, por vezes não se segue a causa, mas sim o líder. Através das redes sociais, este papel do líder carismático parece fadado a desaparecer e ser substituido pela comoção coletiva, que segundo o Jornalista Malcolm Gladwell seria o ponto fraco dos movimentos feitos pelas redes sociais (digitais), pois essa descentralização não conseguiria impor uma organização com qualidade suficiente para mostrar, como agir e na hora de agir, teriamos pessoas engajadas de maneira superficial, não dispostas a fazer sacrificios pela causa que abraçam, ou pelo seu líder.

A partir daí podemos fazer uma reflexão sobre a necessidade desse tipo de liderança. Será realmente necessário para que se faça uma articulação social, a presença desse líder? não é possível uma organização democrática e participativa através da intercessão dos pensamentos comuns em prol de um ideal comum, isto não conseguiu ser posto em prática pelo ideal comunista-socialista, que tinha como idéia esse poder pulverizado entre o proletariado (situação histórica, mais semelhante a que eu pude me recordar) e que acabou enveredando pela submissão a um líder e a uma doutrina e não para discussões públicas sobre os rumos dos acontecimentos e decisões que deveriam ser tomadas pelo poder publico e a coletividade. Fica dificil obter uma resposta a este questionamento, mas teoricamente esta possibilidade existe, mesmo não sendo em um primeiro momento a função destas redes, esta possibilidade de migração da intervenção política e plausível e talvez desejado por alguns. Até porque a 5, 10, 15 anos atrás não se tinha idéia de como poderiam se desenvolver dispositivos de interação virtual como os que existem hoje.

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